💬 Aluno: Professor, o mantra 7 diz que, quando uma pessoa percebe que ela mesma se tornou todos os seres, não há mais ilusão nem tristeza. Mas eu consigo entender isso racionalmente… na prática, parece impossível lembrar disso no meio da correria do dia a dia.
💡 Professor: Essa é uma percepção muito honesta — e muito espiritual. A verdade é que sim, a mente entende, mas a atenção se dispersa. A realização de que somos um só Ser precisa ser relembrada e cultivada ao longo do tempo.
Mas antes, vamos olhar o próprio mantra:
📖 “Quando, para aquele que vê, todos os seres se tornam o próprio Ser, então, que ilusão pode haver? Que tristeza pode existir?”
🌱 Ver tudo como o próprio Ser?
💬 Aluno: Isso parece abstrato. Como posso entender isso de verdade?
💡 Professor: Significa reconhecer que não há dois. O Ser que olha pelos seus olhos é o mesmo que habita todos os seres. Não como ideia, mas como realidade vivida.
Não se trata de negar a diversidade — mas de perceber que a diversidade é expressão da mesma essência.
🔁 Se tudo é um, por que ainda sinto tristeza ou raiva de mim mesmo?
💬 Aluno: Uma pessoa pode sentir tristeza ou raiva de si mesma. Então, mesmo que eu veja o outro como eu, por que não haveria tristeza ou dor?
💡 Professor: Excelente ponto. Sim, as emoções continuam surgindo mesmo após o reconhecimento da unidade. A diferença está em onde está sua identidade.
No estado comum, nos identificamos com os pensamentos e sentimentos: “Estou triste, logo algo está errado comigo.”
No estado de realização, a Consciência observa a tristeza como um movimento na mente — como uma nuvem no céu. Ela vem, passa… e não prende mais.
➡️ A dor pode surgir — como parte natural da vida humana. Mas não se transforma em sofrimento prolongado, porque você não se esquece de quem realmente é.
➡️ Você sente, mas não se confunde com o que sente.
➡️ Você se percebe como o espaço que contém a emoção, e não como a emoção em si.
🔍 O que é removido é a raiz da tristeza: a separação
💡 O que o mantra diz é que, quando você vê a unidade em tudo, a tristeza existencial, o medo, a carência, a solidão desaparecem.
Você ainda vive, sente, age, chora e ri. Mas agora com plena lucidez de que tudo é você mesmo, em expressões múltiplas.
🪞 Mas ainda assim, eu não posso entrar na casa de outra pessoa…
💬 Aluno: Se somos um, por que ainda existem limites? Por que não posso agir como se tudo fosse literalmente meu?
💡 Professor: Porque a verdade é dupla:
Plano | Verdade |
---|---|
Absoluto (paramārthika) | Tudo é Brahman, o Ser é Um |
Relativo (vyāvahārika) | Existem regras, papéis, limites |
Um jñānī (sábio) vive a unidade, mas respeita a diversidade.
Ele venera a forma como expressão do sem forma. Por isso, é mais ético, mais amoroso, mais respeitoso.
➡️ A realização não anula a moralidade. Ela a aperfeiçoa.
🧘♂️ Como lembrar disso durante o dia?
💬 Aluno: Eu entendo tudo isso… mas na rotina eu esqueço. Como lembrar da unidade nos afazeres comuns?
💡 Professor: A chave é a prática da lembrança frequente (smṛti).
Aqui estão formas simples:
- Ao acordar: diga: “Sou Consciência. Verei o Um em muitas formas hoje.”
- Ao ver qualquer pessoa: “Esse é o Ser.”
- Quando se irritar: “Essa emoção está sendo observada.”
- Durante tarefas simples: lave louça ou caminhe com presença: “Eu estou aqui. O Ser está aqui.”
- Antes de dormir: reflita: “Onde me lembrei de mim hoje? Onde me esqueci?”
Cada pequena lembrança é um passo para viver a unidade.
✨ Conclusão do mantra 7
Quando você percebe que tudo é o Eu, e que não há dois, a raiz da ilusão se dissolve.
➡️ Moha (ilusão) desaparece.
➡️ Śoka (tristeza) perde seu poder.
💡 “Quando tudo é você, o amor é natural, a paz é constante e o mundo é um reflexo do Ser.”
Om Shānti 🙏